quinta-feira, 4 de junho de 2009

Depois do parto a dor.




O nascimento de uma criança é a celebração da vida e o momento mais importante da história de uma mulher, porém algumas delas ficam depressivas após o nascimento do filho. A depressão pós-parto é um importante problema de saúde pública, afetando tanto a saúde da mãe quanto o desenvolvimento de seu filho.
CAUSAS
A depressão pós-parto possui características semelhantes de uma depressão normal, ou seja, a pessoa sente uma tristeza muito grande, com perda de auto-estima, além da perda de motivação para a vida, podendo até mesmo tentar o suicídio. Na depressão pós-parto, os sintomas são mais acentuados, uma maior irritabilidade, mudanças bruscas de humor, distúrbio do sono, indisposição, doenças psicossomáticas, tristeza profunda, desinteresse pelas atividades do dia-a-dia, sensação de incapacidade de cuidar do bebê e desinteresse por ele, chegando ao extremo de pensamento suicidas e homicidas em relação ao bebê.
Existem alguns fatos físicos e outros emocionais que influenciam no surgimento desse problema. No processo de gravidez, a mulher passa por um período onde está exposta a um número grande de hormônios. Essa alteração hormonal muito grande faz com que a mulher tenha necessidades diferentes. Quando o bebê nasce, essa produção de hormônios cai abruptamente. Isso dá uma sensação física de falta de energia, de falta de ânimo, por uma questão hormonal.
Além da culpa dos hormônios, se a mulher já tem tendência a ser deprimida, a chegada do bebê pode ser o gatilho para que a depressão apareça. Esse sentimento geralmente surge quando a mulher chega em casa, e não tem mais a assistência de enfermeiras ou médicos. Nos primeiros dias o bebê pede ainda mais atenção durante à noite, e isso faz com que a mãe se sinta cansada, piorando a sensação de angústia. É aí que entra o apoio da família.
Para o psiquiatra Geraldo Francisco do Amaral, a depressão é causada por uma falha de um receptor no cérebro. “Fatores emocionais podem apenas desencadear uma depressão, nunca desenvolve-la”.
O fator emocional se deve ao fato da mulher passar muito tempo se preparando para a chegada do filho. A gravidez é vivida de forma positiva, alegre, e depois do nascimento do bebê, essas sensações passam. “Ela sente um vazio dentro dela. A somatória desses dois fatores é o que pode provocar ou desencadear a depressão pós-parto”, complementa a psicóloga Ilma Goulart de Souza Britto.

SINTOMAS
É comum, após o período de gravidez, toda mulher sofrer uma certa depressão. Mas não muito acentuada. “A depressão pós-parto se caracteriza quando essa tristeza é mais acentuada. A mulher lida com a perda dela (da gravidez), não vê a criança como um ganho” declara Ilma.
Médicos e familiares devem ficar bem atentos aos sintomas para não se confundirem no diagnóstico. No período pós-parto inicial é comum à mulher passar por um quadro de depressão leve, que não traz maiores conseqüências.
Na literatura americana essa depressão leve é denominada de "blues post partum" e atinge 50% das mulheres. Nesses casos o que ocorre é uma vontade de chorar, um "baixo astral" que começa entre o segundo e o quarto dia após o parto e some espontaneamente. Não existe um tempo determinado de duração, geralmente vai de 4 a 5 semanas.
A possibilidade de uma "blues post partum" evoluir para um quadro de depressão pós-parto propriamente dito é mínima. Um caso típico de depressão pós-parto já começa com características mais severas. A mãe sente uma tristeza muito grande de caráter prolongado, sentimento de culpa, com baixa auto-estima e perda de sentido para a vida. Muitas vezes se acha incapaz de cuidar do seu bebê e passa a ter dificuldades de amamentá-lo e suprir suas necessidades básicas, não sendo capaz de cuidar dela própria também. Pode, em casos mais graves, tentar o suicídio, abandonar o bebê ou mesmo tentar matá-lo.
Uma pesquisa realizada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) mostra que mães com sintomas de depressão pós-parto têm mais chance de deixar de amamentar o bebê antes do tempo.
TRATAMENTO
Um estudo realizado pelo Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo), em parceria com outras universidades brasileiras, mostrou que, 27,55% das mães usuárias do sistema público de saúde de São Paulo apresentaram o problema. Já entre as dos hospitais particulares, apenas 7% registraram a doença. Os números são altos, se comparados à média internacional de mulheres com depressão pós-parto que é de 15%.
A pesquisa analisou, também, mães de outros Estados. Em Natal, a diferença entre mulheres de baixa e alta renda não foi tão grande - o que pode mostrar que os outros motivos encontrados também são muito significativos para o problema. Lá, a incidência foi de 13% (próximo à média internacional) em um grupo de 61 mães (28 de baixa renda e 33 de classe média).
A alta prevalência de depressão pós-parto encontrada reforça seu significado como problema de saúde pública, exigindo estratégias de prevenção e tratamento. O acompanhamento cuidadoso de mães, em especial as de baixa renda, por meio de ação integrada que leve em conta as variáveis associadas à depressão, pode prevenir graves problemas pessoais e familiares que decorrem da DPP.
Além de alguns antidepressivos, a psicoterapia é bastante importante neste momento, pois ela ajuda a trabalhar as razões por estar deprimida, por se achar incapaz de cuidar do bebê, por não conseguir se sentir feliz. “A medicação fará o metabolismo cerebral voltar ao normal, mas a paciência é a melhor aliada, pois o tratamento requer tempo” diz Geraldo. A depressão não é sinal de fraqueza de caráter e nem passa só com “pensamento positivo”. A pessoa com este problema geralmente está indecisa. Alguém tem que tomar decisões por ela, inclusive para começar o tratamento, para contratar uma babá, uma ajudante etc. Portanto, o apoio da família é relevante e primordial para a pessoa reagir. Depressão não é frescura ou coisa de menina mimada. É uma doença séria que requer cuidados médicos, psicológicos e familiar.Parte inferior do formulário

Um comentário:

  1. Quando eu vi o título pensei, certeza que ela vai falar dos 40 dias.. Muda a cor desse texto, assim fica ruim pra ler.

    ;* Gata.

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